segunda-feira, 10 de junho de 2013

DIANTE DA SITUAÇÃO CAÓTICA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO MARANHÃO, LUTAR PELA VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO É TAREFA FUNDAMENTAL DO PROFESSOR.

Toda mesa de negociação começa e termina com a apresentação da pauta de reivindicação dos trabalhadores e a apresentação da contraproposta dos governos, ambos expondo os números e argumentos políticos que sustentem suas defesas. No processo de negociação com a Prefeitura de São Luís, esta nunca mostrou de maneira consistente, através de números e dados legais, o motivo de não cumprir a determinação da Lei do Piso (11.738/08), que estabelece como diretriz para o reajuste do salário dos professores, o reajuste do valor custo-aluno-ano, o qual, em 2013, é de 20,16%, tendo como data-base, Janeiro de cada ano. Até agora, as propostas do governo colocadas na mesa são fruto do que os gestores municipais imaginam sobre educação, desconsideram a Lei do Piso e mantém a mesma política de Castelo, isto é, de desvalorização dos professores e aprofundamento das mazelas da educação pública municipal.
Por outro lado, a direção do SINDEDUCAÇÃO, não tendo como se sustentar politicamente e de forma honesta junto aos trabalhadores da educação, depois das manobras da última eleição, partiu para a mentira, tentando confundir os (as) professores (as), argumentando que o percentual de 47,95% é impossível de ser atendido e que, se insistirmos, perderemos reivindicações já atendidas, como regularização funcional, progressões, titulações e gratificação por difícil acesso. Ora, esses direitos já são garantidos em lei, o que falta é o prefeito cumprir. Ademais, se a direção do sindicato afirma que o prefeito já se comprometeu em cumprir, o percentual de reajuste não seria um entrave para as negociações, tendo em vista que estamos exigindo um percentual também previsto em lei.
Assim, o que temos presenciado, nas últimas semanas, é um bombardeio de acusações falsas no site do SINDEDUCAÇÃO e no programa semanal do sindicato na rádio Difusora AM, tendo o objetivo de, a todo custo, desmoralizar a direção Unidade para Mudar, eleita democraticamente pelos profissionais da educação do município de São Luís, em setembro de 2012. Das ligações levadas ao ar durante o programa de rádio, duas delas mostram claramente uma ação orquestrada, pois retratam os conteúdos defendidos por essa direção, de que o reajuste aprovado na assembleia geral da categoria é um absurdo e fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, e que o percentual de 16%, proposta da direção, era a mais razoável. Razoável para quem? Certamente não o é para a maioria dos professores e, ao que parece, nem para a prefeitura, que apresentou o percentual rebaixado de 9,5%.
A presidenta Elizabeth afirma ainda que em nenhum momento nós explicamos de onde saiu o reajuste de 47,95%, percentual aprovado na Assembleia Geral de 25/04/2013. Isso sim é um absurdo! Pois, a direção do sindicato, mais que todos, deveria compreender como se elabora a política salarial para nossa categoria. Como não sabem, permanecem defendendo a proposta incorreta de 16%. Nós, da direção eleita Unidade para Mudar, defendemos, pelo menos, a aplicação da Lei do Piso, que neste ano dispõe o reajuste de 20,16%, o restante do percentual, 27,79%, são as perdas remanescentes do governo Castelo, que nunca cumpriu a Lei do Piso. Pelo visto, a direção biônica do SINDEDUCAÇÃO incentiva Edvaldo Holanda Jr. a também não cumprir. É importante destacar a manobra da Prefeitura, que adiou diversas vezes as reuniões com a Comissão de Negociação, visando desmobilizar a categoria e não pagar os direitos dos professores. Da mesma maneira, não vimos, por parte da direção do sindicato, nenhuma pressão para que as negociações tivessem seguimento e o executivo apresentasse sua proposta para que pudéssemos realizar assembleia com a categoria.
Sempre defendemos que a política de fundos (FUNDEB) não resolve o problema educacional no Brasil, pois os recursos são insuficientes para a garantia de uma educação de boa qualidade para a população. Porém, chamamos a atenção para o percentual do recurso desse fundo que o governo municipal vem aplicando no pagamento dos profissionais da educação, esse investimento sofreu uma redução de 90%, em 2009, para 74,41%, em 2012, com possibilidades reais de ficar, em 2013, abaixo de 60%. Segundo a lei, o recurso do FUNDEB deve ser destinado anualmente à remuneração dos profissionais do magistério (mínimo de 60%) e aplicado nas demais ações de manutenção e desenvolvimento da educação básica pública (máximo de 40%). Se não é na remuneração dos professores que está sendo aplicado, nos questionamos para onde estão indo esses recursos, tendo em vista que as escolas municipais, em sua maioria, não apresentam condições mínimas de salubridade e segurança para que se realize algum processo de ensino-aprendizagem. Professores e alunos são expostos a todo o tipo de adversidade, desde a falta de material didático até a ameaça de sua saúde, em salas lotadas e calorentas (especialmente nos famigerados anexos), e de suas vidas, pois as escolas estão a mais de seis meses sem vigilante.
Outra situação em que o prefeito Edvaldo Holanda Jr parece imitar João Castelo é com relação aos funcionários da extinta MULTCOOPER, a maioria foi demitida sem receber nenhum direito, e alguns continuam trabalhando nas escolas sem salários e sem nenhuma garantia. Mas o atual prefeito vai além, temos informação de que está sendo negociado entre sindicato e prefeitura, por fora da comissão de negociação, o aumento da jornada de trabalho dos professores da Educação Infantil e dos primeiros ciclos, de 24 para 30 horas semanais, o que significará uma dupla penalização para esses professores, aumenta a jornada e descumpre a Lei do Piso. Não permitiremos jamais que a direção do sindicato defenda tal ataque.
Exigimos o reajuste de 47,95% porque defendemos uma política salarial que equipare os vencimentos dos profissionais do magistério aos demais trabalhadores com nível superior, pois somos a categoria com os piores salários do país considerando o nível de escolaridade. Portanto, não é um privilégio e sim a correção de uma distorção salarial histórica. A valorização do professor passa pela melhoria das condições de trabalho e pela defesa da carreira. Acreditamos que somente na luta conseguiremos barrar os ataques e defender uma educação pública gratuita e de boa qualidade para os filhos da classe trabalhadora.

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