segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Enquanto a Educação de São Luis está agonizando, a direção biônica está: Dançando, dançando, dançando, dan-dan, dan-dan, dançando...




Dizer que os serviços públicos essenciais no Brasil agonizam virou lugar comum. A política de destruição desses serviços segue a todo vapor pelos governos Federal, Estaduais e Municipais do país. Os ataques aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, seja da iniciativa privada seja do serviço público, têm se aprofundado nos últimos anos. Neste sentido, a organização em sindicatos cumpre um importante papel na defesa da manutenção de direitos historicamente conquistados e na luta por melhores condições de trabalho e salários frente à ofensiva feroz dos patrões, dos governos e do grande capital.
Em São Luis, os educadores conseguiram a duras penas, construir este instrumento de luta. Nascido da antiga Associação dos Profissionais do Magistério do Ensino Público do Município de São Luís – APMEP, O Sindeducação surgia como alternativa á degeneração sindical promovida sistematicamente pelas sucessivas direções burocráticas e pelegas do Sinproesemma (PCdoB/CTB), entidade que detém, grosso modo, o monopólio sindical dos profissionais em educação do Estado.

"A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa” (Marx)

Não obstante, não tardou o Sindeducação transformar-se em um aliado fiel do governo municipal legitimando toda destruição da educação e da carreira do magistério municipal. Nas duas gestões de Lindalva Batista (2004-2012), que sempre esteve atrelada ao executivo municipal, os educadores tiveram perdas salariais incalculáveis e a educação municipal permaneceu no atraso e imersa num caos generalizado, promovido pela falta de vagas nas escolas, a superlotação das salas de aulas, o déficit de professores, a proliferação dos famigerados anexos e as condições insalubres de trabalho que levaram um grande número de professores ao adoecimento.
Todo esse cenário nefasto, combinado ao sentimento de indignação da comunidade docente, levou centenas de educadoras e educadores, desejosos por mudança, a elegeram democraticamente a chapa “Unidade para Mudar”, no dia 14 de Setembro do ano passado, pois os educadores entendiam que era necessário arrancar sua ferramenta de luta das mãos da burocracia sindical para dar termo a sua verdadeira função:  a de utiliza-la contra o desmonte da educação e da carreira docente promovida pelos sucessivos governos da Prefeitura de São Luis.  Infelizmente, a decisão da maioria esmagadora dos educadores não foi respeitada e a categoria foi vítima de um golpe que anulou as eleições e manteve na direção a biônica Elisabeth Castelo Branco, golpe este que contou com a ajuda do poder municipal e com o endosso do TRT que ratificou a permanência da direção golpista passando por cima da decisão de centenas de trabalhadores.

As consequências do golpe na educação municipal e na carreira docente

Tudo o que os governos mais temem é que os sindicatos sejam dirigidos por gestões combativas, por isso tratam de financiar chapas brancas para dirigirem os sindicatos e servirem de diques à organização da classe. No Sindeducação, os exemplos são bem ilustrativos da relação de subserviência que a atual direção estabelece ao governo Holanda Junior (PTC/PCdoB), eis alguns fatos, já que contra eles não há argumentos:
  1. Já no inicio do seu mandato, o prefeito decretou o encerramento do ano letivo de 2012, sem cumprir os 200 dias letivos que os alunos têm direito segundo o artigo 24, inciso I, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96);
  2. Parcelou os salários do funcionalismo municipal e dos aposentados, além de ameaçar parcelar o salário dos professores, mesmo sabendo que os profissionais da educação possuem rubrica própria garantida com recursos previstos em lei;
  3. Transferiu, no início do ano, 8 milhões dos cofres público para garantir os lucros dos tubarões do transporte coletivo ludovicense, e se não bastasse, garante o repasse mensal de 2 milhões para o empresariado dos coletivos. Enquanto isso, deixa jogados a própria sorte mais de 1400 funcionários da extinta Multicooper, que está há quase 2 anos sem receber seus salários, trabalhando em regime de semiescravidão nas escolas sem as mínimas condições de funcionamento;
  4. Descumpre sistematicamente a Lei do Piso quanto aos vencimentos e à jornada extraclasse, pois, neste ano, concedeu o reajuste pífio de 9,5% muito abaixo do que estabelece a Lei, que era de 20,16%, sem falar nas perdas acumuladas da gestão anterior que somam 27,79%, e jamais foram pagas;
  5. Já estamos no final do ano letivo e os diários escolares ainda não chegaram nas escolas;
  6. Não cumpriu o compromisso com as empresas de segurança deixando toda a rede vulnerável, várias escolas foram vitimas de saques e até incendiadas.
  7. Os alunos são cotidianamente liberados por falta de água nas unidades, a solução encontrada pelo prefeito tem sido a contratação indiscriminada de carros pipas que nunca chegam no horário e nem atendem a demanda. Além disso, na Zona Rural, os alunos passaram um mês sem transporte escolar, porque a prefeitura não estava pagando a empresa responsável;
  8. Para aprofundar os ataques à carreira docente elabora um seletivo, no apagar das luzes, uma vez que os alunos ficaram o ano todo sem professores de várias disciplinas. O edital do certame estabelece jornadas de 30h e 24h, com remunerações de R$ 2.105,67 e R$ 1754,73, respectivamente. Neste caso, a prefeitura de São Luis comete um duplo ataque as legislações vigentes, institui jornadas que não existem no plano de cargos e carreira dos professores e rebaixa substancialmente os salários. Assim, o professor especialista que leciona nas séries finais, cuja jornada determinada pelo plano de carreira é de 20 horas, de acordo com o edital, terá jornadas de 24 e 30 horas, recebendo salários correspondentes às jornadas de 20 e 24 horas, respectivamente. Os professores das séries iniciais, ainda de acordo com o edital, terão jornadas de 30 horas, recebendo o salário correspondente à jornada de 24 horas. Chama atenção a desfaçatez com que o prefeito aprofunda o processo de precarização e desvalorização do trabalho docente, quando aumenta a jornada semanal de trabalho e rebaixa os salários, com o claro objetivo de burlar a Lei do Piso no que tange a garantia de 1/3 de jornada extraclasse, dessa forma, os professores 24h e 30h terão que cumprir, na melhor das hipóteses, respectivamente, 16h e 20h em sala de aula, o que significa ao professor, ficar preso na escola de segunda à sexta, e para o de 30h inclusive aos sábados.

Em relação a estes graves fatos, a direção biônica silenciou-se e se torna cada vez mais conivente com as decisões irresponsáveis e irregulares do prefeito Holanda Jr. Não tem coragem nem legitimidade para se quer escrever uma única linha cobrando outra postura da prefeitura em relação à educação, muito menos para organizar os professores para a luta em defesa da educação, mostrando claramente de que lado está e quais interesses defende.
Por outro lado, no último jornal publicado pela direção, o alvo das críticas era, inacreditavelmente, a oposição formada pelos professores que não concordam e não se calam diante desses ataques. Esses professores lutam contra a desmobilização da categoria que é cada vez maior, contra o número de adoecimentos que alcançam índices alarmantes, contra os baixos salários, as condições insalubres nas quais funcionam nossas escolas e os famigerados anexos que mais parecem depósitos de crianças. Contra a violência que impera no interior das escolas. No mês de novembro, por exemplo, um aluno foi esfaqueado na UEB Jackson Lago, que felizmente não veio a óbito.
Enquanto isso, a direção do Sindeducação, na figura da presidente Elisabeth Castelo Branco, que deveria sair em defesa de seus educadores e da educação pública de qualidade para os filhos e filhos da classe trabalhadora, tem feito coro com o desmonte da educação pública municipal, promovido pelo governo Holanda Jr (PTC/PCdoB).
Mais que isso, essa direção biônica faz de tudo para barrar a organização dos educadores, a ao invés de utilizar a máquina sindical nos interesses dos educadores e educadoras, promoveu festa faraônica, no último dia 30, em uma casa de shows de São Luis e que contou com a presença de “personalidades ilustres” do executivo e legislativo, como a Secretária Adjunta de Ensino – SAE - Kariadine Maia, a Superintendente da Área da Educação Especial – SAEE - Dalvina Amorim Ayres, além dos vereadores Astro de Ogum, professor Lisboa, Ivaldo Rodrigues e outros que a todo instante eram ovacionados pelos vocalistas da banda contratada pra animar a festa.
Não somos contra a alegria e a confraternização entre os professores, muito pelo contrário. Nossa crítica reside no fato de não enxergarmos, em meio a uma situação tão calamitosa para a educação municipal, motivos para festejar.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

OS TRABALHADORES FILIADOS AO SINTRAP-CAXIAS DECIDEM PELA DESFILIAÇÃO DA CUT


“Não se trata do que tal ou qual proletário ou mesmo o proletariado inteiro se represente em dado momento como alvo. Trata-se do que é o proletariado e do que, de conformidade com o seu ser, historicamente será compelido a fazer".        (Marx, A Sagrada Família)

Com o tema: “A situação da classe trabalhadora: Saúde, Educação e Resistência contra a dominação do Capitalismo”, ocorreu nos dias 17, 18 e 19 de outubro o II congresso do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Caxias (SINTRAP). Durante os três dias de duração do evento as trabalhadoras e trabalhadores tiveram a oportunidade de discutir sobre temáticas que trataram da relação entre capital e trabalho nas diversas mesas que se sucederam durante o encontro.
A mesa de conjuntura que abriu os trabalhos, contou, ao lado do educador popular Acrísio Mota, com a participação do sindicalista e também professor Saulo Arcangeli, membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas. Os debatedores resaltaram a necessidade de organização das trabalhadoras e trabalhadores na defesa incondicional de seus direitos frente aos ataques brutais dos governos e do grande capital.
O segundo dia do seminário foi marcado por discussões sobre os fundos de previdência do funcionalismo público, o abandono da CUT ao projeto classista e sua consequente transformação em braço direito do governo do PT. No final do dia, trabalhadoras e trabalhadores que compõem a base do SINTRAP aprovaram em assembleia, por unanimidade, a desfiliação à CUT. Na nossa avaliação, foi uma decisão muito acertada da categoria, pois os sindicatos que são instrumentos de luta da classe trabalhadora, não podem  continuar filiados a uma central que ataca os trabalhadores desse país e funciona como correia de transmissão das políticas neoliberais dos governos de plantão. A base compreendeu a atual conjuntura e decidiu pela desfiliação.
No último dia de encontro, a mesa da manhã, teve a participação do professor Paulo Tumolo (PUC-SP) que expôs sobre o conceito de classes sociais e os momentos da classe operária no capitalismo.  A segunda mesa da manhã contou com a contribuição das professoras Denise Bessa e Patrícia Azevedo, ambas da base da APRUMA, seção sindical filiada a CSP CONLUTAS.  As duas debatedoras falaram do adoecimento dos trabalhadores vitimados pelas condições de trabalho e os impactos das políticas governamentais no Sistema Único de Saúde (SUS). No turno vespertino, o fechamento dos trabalhos foi abrilhantado com a mesa sobre o tema: “Pedagogia, Movimento e Lutas pela Educação no Brasil no Século XXI”, cujos debatedores foram o professor Hertz Dias membro da CSP Conlutas e militante do Luta Popular e a professora Fátima Félix do HISTEDBR.
A professora Fátima iniciou sua fala dando destaque ao papel crucial que o professor militante cumpre na educação dos filhos e filhas da classe operária e na organização da classe trabalhadora. Félix enfatizou a importância da construção de uma alternativa para a defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras no Brasil e destacou que nesse momento a única central que tem defendido, incondicionalmente, o direito da classe trabalhadora e tem se enfrentado com o governo e com as burocracias sindicais é a CSP CONLUTAS.
O evento contou com a participação de dezenas de servidores e ativistas sociais. “É um grande passo dado na organização da Classe” resaltou o professor Hertz Dias. Segundo a fala de uma companheira do setor de saúde: “esses três dias foram muito proveitosos, aprendi muita coisa, fico feliz pela participação no evento”, enfatizou.
Nós da CSP Conlutas MA parabenizamos a direção do SINTRAP Caxias e todo o funcionalismo público daquela cidade pela realização do exitoso evento e nos colocamos sempre a disposição, para contribuir na organização e elevação da consciência da classe trabalhadora na luta pela superação da sociedade capitalista.
A luta segue!

terça-feira, 15 de outubro de 2013

DIA 15 DE OUTUBRO A EDUCAÇÃO VAI ÀS RUAS

[1] Gilvan Azevedo

O dia 15 de outubro é dedicado a homenagear os professores e as professoras do Brasil, profissionais que tem enfrentado as consequências do desmantelamento da escola pública e a retirada de seus direitos, não por acaso, foi a categoria que mais fez greve nos últimos anos, confrontando-se com os governos e com a burocracia sindical, materializadas em organizações como CUT e CNTE, verdadeiros diques às lutas dos trabalhadores.
Em nível nacional, o governo Dilma (PT/PMBD) tem aprofundado os ataques à educação pública. Tramita no senado o PNE 2011/2020 que traz no seu bojo a privatização da escola pública com as PPPs (parcerias público privadas) e ataques à carreira docente, como a avaliação meritocrática, a destruição de direitos historicamente conquistados e a vinculação do financiamento da educação aos royalties, uma manobra para poder justificar a entrega do nosso petróleo, via leilões, ao capital estrangeiro . O governo de frente popular do PT tem dado sequencia as políticas neoliberais, impostas pelos organismos multilaterais, como Banco Mundial e a ONU, que tem destruído os serviços públicos em favor do grande capital, resultando em efeitos devastadores tanto na carreira docente quanto na educação brasileira, o que confere ao Brasil um incrível paradoxo, pois sendo a 6ª economia mundial, galga a humilhante posição de 68º no ranking educacional e 88º em IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
No Maranhão, a destruição da escola pública segue o mesmo script nacional. Governado há mais de quatro décadas por uma oligarquia sanguinária, o estado tem ocupado as últimas posições em  educação e IDH. Fruto de uma política governamental voltada para as classes dominantes, onde a maioria da população pobre e negra vive desassistida e em completa miséria, o estado tem ocupado os noticiários de todo o país como um dos estados mais violentos da federação. Sem políticas públicas voltada para os filhos e filhas da classe trabalhadora, nossas criança e jovens são cotidianamente empurradas para a criminalidade e para o mundo das drogas. Roseana Sarney (PMDB/PT) durante seu mandato, além de não ter construído nenhuma escola, foi mais além, fechou várias escolas em 2012 com a desculpa de conter gastos. Mas não hesitou em transferir 2 milhões dos cofres públicos para a escola de samba Beija Flor no carnaval carioca desse mesmo ano. Seguindo a agenda de destruição da educação pública, agraciou os educadores maranhense com um presente de grego, aprovou este ano, um estatuto desfigurado que retira direitos históricos da categoria, além de conceder o imoral e ilegal reajuste de 4%, muito abaixo do que preconiza a Lei do Piso, tudo isso com a anuência do Sinproesemma(CTB/PCdoB).


É Preciso lutar! É possível vencer!

No Rio de Janeiro, os profissionais de educação têm travado batalhas heroicas em defesa da educação pública e contra a truculência do prefeito Eduardo Paes (PMDB/PT) e seu aliado o governador Sergio Cabral (PMDB) que tem usado todo o aparato policial para reprimir as manifestações. As lutadoras e lutadores daquele estado demonstraram para os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil inteiro qual o caminho a ser seguido para a vitória.
Neste sentido, a CSP Conlutas MA conclama toda sociedade maranhense, trabalhadores e a juventude a encamparem essa batalha na defesa da educação pública e por segurança.

  • POR UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA GRATUITA E DE QUALIDADE SOCIAL!
  • POR POLÍTICAS PÚBLICAS PARA OS FILHOS(AS) DA CLASSE TRABALHADORA!
  • TODO APOIO À LUTA DOS PROFISSIONAIS EM EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO!
  •   LUTAR NÃO É CRIME, ABAIXO A REPRESSÃO!
  •   PELA DESMILITARIZAÇÃO DA PM!
  •   NÃO AO LEILÃO DO PETRÓLEO BRASILEIRO!
    [1] Gilvan Azevedo é professor da rede estadual e federal do Maranhão e militante do setor de educação da CSP Conlutas.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

LUTAR NÃO É CRIME, DEFENDER A EDUCAÇÃO PÚBLICA É UM DIREITO

[1] Ana Paula Martins

Os profissionais da educação do Rio de Janeiro estão demonstrando com bravura e força que somente com mobilização e luta alcançaremos a vitória. Em greve desde 08 de agosto de 2013, os 70 mil trabalhadores que aderiram ao movimento questionam os governos de Sergio Cabral e Eduardo Paes e suas políticas neoliberais e meritocráticas, reivindicando melhores condições de trabalho e salário e exigindo as condições mínimas para que se tenha uma educação pública de qualidade para os filhos e filhas da classe trabalhadora. Essa greve unificada da rede estadual e municipal tem mostrado que com mobilização podemos arrancar uma educação de qualidade, manter e ampliar os direitos e derrotar as políticas dos governos. A força com que os companheiros estão resistindo na construção da greve desmascara os governos estadual e municipal que tinham como mote de suas campanhas eleitorais dar prioridade à educação; desmascara também o papel da imprensa que, ao invés de denunciar a calamidade em que se encontra a educação pública, ataca os profissionais em greve, mostrando que sempre está a serviço dos poderosos.
É bom destacar que a política para educação do governo Cabral (PMDB) e de Eduardo Paes (PMDB/PT) é a mesma de Dilma (PT/PMDB) e de Roseana (PMDB/PT) que gastam milhões com as obras da Copa e das Olimpíadas e utilizam recursos públicos para financiar os tubarões da educação privada. Como nós maranhenses sabemos bem, a principal característica da política educacional desses governos é o ataque aos nossos direitos, arrochando salários, não pagando progressões, impondo política de bonificação e gratificação que divide a categoria e responsabilizando-nos pelo fracasso escolar.
Se negando a atender as mínimas reivindicações, o prefeito Eduardo Paes enviou para a Câmara dos vereadores do Rio um Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, elaborado pelo seu governo sem a menor discussão com a categoria e cujo conteúdo é um profundo ataque à escola pública e às trabalhadoras e trabalhadores que nela trabalham. Esse plano seria votado no dia 26 de setembro, para evitar sua aprovação os professores municipais ocuparam a câmara e permaneceram lá até a noite do último sábado, 28/09, dia em que a polícia militar os expulsou com bombas, choques elétricos e armas químicas. A violência usada contra os professores para desocupar a câmara deixa claro o desrespeito e o descaso com que os governos tratam os professores e a educação pública.




Educação em Luto

Na tarde da terça feira 1º de outubro o Legislativo municipal demonstrou para os trabalhadores em educação de que lado está e quais interesses defendem. Os educadores do Rio, que há mais de 50 dias vem demonstrando para todo o pais o  exemplo de bravura e resistência na defesa incondicional da escola pública gratuita e de qualidade social, sofreram um duríssimo golpe com a aprovação do projeto do Plano de Cargos, Careira e Remuneração (PCCR) do prefeito Eduardo Paes na Câmara de vereadores. Projeto esse altamente danoso à carreira e que retira direitos da categoria.
Devido os protestos contrários à aprovação do PCCR, a policia militar a mando do governador Sergio Cabral (PMDB) e do Prefeito Eduardo Paes (PMDB/PT), reprimiu duramente professoras e professores que estavam exercendo o legítimo direito de manifestarem-se contra a aprovação do PCCR.  
Nesse sentido, nós da Setorial de Educação da CSP-Conlutas Maranhão, repudiamos veementemente a violência usada contra os trabalhadores e trabalhadoras do Rio de Janeiro, manifestamos nosso apoio e propomos aos professores maranhenses a realização de um grande ato em solidariedade aos companheiros do Rio e para denunciar as políticas de desmonte e sucateamento da educação pública dos governos federal, estadual e municipal.

TODO APOIO A LUTA DAS(OS) EDUCADORAS(ES)-RJ!
Abaixo a repressão!
Pela desmilitarização da Polícia Militar – Fim da PM!
Fora Cabral, vá com Paes.

[1] Ana Paula Martins é professora da rede municipal de São Luis, Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Educação da UFMA e Militante do Movimento Mulheres em Luta-MML / CSP-Conlutas MA.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Setorial de Educação da CSP-Conlutas inicia trabalho de Organização dos profissionais de educação por escola


A Setorial de Educação da CSP-Conlutas deu a largada no trabalho de Organização dos Trabalhadores por Local de Trabalho (OLT), ou seja, nas escolas. Esse trabalho político teve início na quinta-feira (26/09) na UEB Professora Rosália Freire localizada na Av. dos Portugueses, Vila Isabel. O debate teve por tema "Os impactos do capitalismo na educação pública" e como expositor o professor Hertz Dias, membro da CSP - Conlutas.

Hertz iniciou fazendo uma síntese histórica da relação Capitalismo x Educação Pública, seguindo com intervenções dos professores presentes, respostas aos questionamentos e a conclusão do mesmo.

Os professores tiveram uma reação positiva diante do que foi exposto e debatido. Ao final se comprometeram em manter esse processo de debate e organização de forma permanente.

Esperamos que este seja o início de um processo de formação e organização não só dos professores, mas, de todos os trabalhadores em educação em seus locais de trabalho.

Por Micharlany Amaral

PREFEITURA DE SÃO LUÍS IMPÔS “ACORDO” IMORAL AOS COOPERADOS DA SEMED



“Estou em greve, mas ontem tive que ir a escola, não para trabalhar, mas para tentar comer alguma coisa já que em minha casa não tinha nada”. O comentário desolador é de uma funcionária terceirizada da SEMED que como outros mil e quatrocentos não recebem salários há dezesseis meses, sete na gestão do prefeito João Castelo (PSDB) e nove na atual gestão de Edvaldo Holanda Jr. (PTC/PCdoB). 


Para sair dessa situação a alternativa foi parar as atividades e realizar atos em frente à prefeitura durante duas semanas. A CSP Conlutas esteve junto desses bravos lutadores. 

Conforme já denunciamos, a Multicooper é uma prestadora de serviço que atuava na rede pública de educação do município de São Luís (SEMED) e tinha como sócio o vereador Ricardo Diniz (PHS) que é presidente da Comissão de Educação do município de São Luís. Esse fato também explica por que a CPI das terceirizadas foi “vendida” e engavetada. 

Depois dos diversos atos, das denúncias públicas feitas pela CSP Conlutas e pelos próprios cooperados, a prefeitura resolver negociar. No entanto, o “acordo” proposto pela prefeitura foi pagar os meses atrasados em 40 parcelas. Em outras palavras, a prefeitura simplesmente transformou dezesseis meses em quarenta. Cada funcionário cooperado receberá por mês pouco mais da metade de um salário mínimo. 



POR QUE O “ACORDO” FOI APROVADO?

A plenária da categoria com dezenas de trabalhadores ocorreu no dia 19 de setembro no auditório do Sindicato dos Bancários. O professor Gilvan da setorial de educação da CSP Conlutas defendeu que a prefeitura pagasse imediatamente todos os vencimentos atrasados, além de garantir a esses trabalhadores todos os seus devidos direitos trabalhistas. Já a representante da gestão holandista foi à vereadora Rose Sales do PCdoB que faz a defesa ridícula de pagamento em quarenta parcelas.

Dois fatores determinaram a aprovação do “acordo”. O primeiro foi à necessidade de quem está há dezesseis meses sem receber salários. O segundo fator foi o assédio moral. A condição que a prefeitura impôs aos cooperados foi: "aceitem o acordo ou percam o emprego". Bem diferente do acordo celebrado com o SET (Sindicato das Empresas de Transporte) em que a prefeitura se compromete a transferir dois milhões de reais por mês dos cofres públicos para alguns empresários dos transportes coletivos sem qualquer condicionamento, como à apresentação pública das planilhas de custos (gastos e arrecadações com esse tipo de serviço).



O SILÊNCIO CRIMINOSO DA DIREÇÃO DO SINPROESEMMA E DO SINDEDUCÃO

As direções do SINPROESEMMA e do SINDEDUCAÇÃO viraram as costas a esses profissionais da educação. Fizeram isso por que são direções sindicais governistas. A direção do SINPROESEMMA (PCdoB) fez campanha aberta para Edivaldo Holanda Jr. e hoje, como parte desse governo, fecha os olhos para tal situação. A direção biônica do SINDEDUCAÇÃO vai além; finge não entender que todos os cooperados são também trabalhadores da educação. 

A CSP Conlutas quer parabenizar os cooperados pela luta, inclusive na ousadia de defender publicamente a necessidade de realização imediata de concurso público. Por outro lado, vamos continuar denunciando os ataques da prefeitura a essa trabalhadores e aos profissionais da educação de maneira geral. 


A LUTA SEGUE!

terça-feira, 17 de setembro de 2013

SOBRE A PARALISAÇÃO DOS PROFESSORES DO ESTADO NO DIA 16/09/2013


Na última segunda-feira foi realizada uma paralisação de advertência dos professores da rede estadual, tendo em vista o não cumprimento por parte do governo de Roseana Sarney do acordo firmado com a direção do SINPROESEMMA na última greve, maio de 2013. Todos sabem que o acordo firmado não retrata as reais necessidades de mudança para os trabalhadores da educação do estado do Maranhão. Aliás, o estatuto aprovado em 2013 representa um retrocesso em relação ao antigo, pois, tivemos uma série de perdas, como por exemplo, não termos mais direito à redução da jornada de trabalho em 50%, após 20 anos de serviço e agora a avaliação é por mérito, de maneira que os gestores terão maior poder na avaliação de desempenho dos educadores, podendo instituir uma política de bonificação e a disputa dentro da categoria.
Em nenhum momento de seus governos, Roseana Sarney cumpriu qualquer acordo com os educadores do nosso estado. Isso é histórico. Portanto, não é surpresa nenhuma o não cumprimento de mais um. As questões que ficam com relação a atuação da atual diretoria do SINPROESEMMA são: o que justifica ter feito um acordo rebaixado que autoriza a governadora a não cumprir a Lei do Piso? Mais ainda, ter "esquecido" de colocar no acordo o retroativo referente ao reajuste que deveria ter sido pago em janeiro desse ano? Ter renunciado à execução da ação coletiva que condenou o governo do estado a pagar a todos os professores as perdas salariais decorrentes das medidas provisórias do ex-governador Reinaldo Tavares? A resposta a essas perguntas denuncia interesses politiqueiros escusos dos que consideram a educação como uma das peças-chave no jogo dissimulado do poder.
Poderíamos ter oportunizado, durante a greve em maio/2013, aos educadores, um debate amplo acerca da verdadeira realidade da educação do nosso estado e, das reformas terríveis que o governo Dilma pretende implementar e, assim, termos avançado na construção de direitos ainda não conquistados pela nossa categoria. Ao invés disso, a direção do SINPROESEMMA usou uma metodologia que aniquilou o debate e fez vitoriosa uma proposta rebaixada e, nem assim, o governo vai cumprir.
Não bastasse isso, a governadora faz cinicamente a propaganda de que os professores maranhenses têm o segundo melhor salário do Brasil. Um engodo! Para aplicar-se a Lei do Piso deve-se considerar somente o vencimento básico, logo a GAM não deveria entrar na conta, isto é, se o piso legal é de R$1567,00, a GAM de 104%, deveria ser calculada sobre esse valor. Além disso, piso é o vencimento do início da carreira, professores com 10, 20 anos de trabalho não deveriam estar recebendo o piso. É importante dizer também que, na verdade, no Maranhão, os professores perderam menos em relação aos outros estados, porque conseguiram resistir por mais tempo aos ataques vindos dos govern corroborados pela direção do sindicato, pois reformas parecidas com este estatuto já foram aprovadas em outros estados, que são resultado da política de precarização e privatização da educação nos governos do PT, Dilma e Lula.
A CSP-Conlutas defende um processo de luta acirrada nos âmbitos local e nacional de forma que se possa pôr em xeque a estrutura geral da educação pública brasileira e o processo de privatização que vem criando um verdadeiro apartheid entre os trabalhadores da educação. Construímos a paralisação do dia 16/09 porque acreditamos que é na luta concreta, na disputa da consciência da base que poderemos, não só expurgarmos as direções burocratizadas dos nossos sindicatos, mas, sobretudo, construir um amplo processo de mobilização da categoria para as lutas necessárias em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade.

PREFEITURA DE SÃO LUÍS MANTÉM FUNCIONÁRIOS DE ESCOLAS EM REGIME DE SEMIESCRAVIDÃO


Desde quarta-feira, 11 de setembro, dezenas de funcionários de escolas, os cooperativados, estão realizando manifestações em frente à prefeitura de São Luís para pressionar o prefeito Edvaldo Holanda Júnior (PTC/PCdoB) a pagar os 16 meses de salários atrasados da categoria. Infelizmente o prefeito está fazendo ouvidor de mercador.

Tudo começou na gestão do famigerado prefeito João Castelo (PSDB) que permitiu que a Multicooper, cooperativa que presta serviços à Secretaria Municipal de Educação (Semed) ficasse os últimos sete meses de sua gestão trabalhando sem remunerar esses profissionais da educação (vigilante, porteiros, recepcionistas, professores, etc.). 

Na gestão de Edvaldo Holanda Jr., a situação, que já era grave, piorou. Além de nove meses sem remuneração, os cooperativados estão trabalhando sem vínculo formal com a prefeitura ou com qualquer prestadora de serviço. O último contrato da Multicooper encerrou em abril de 2012. O método que a prefeitura vem utilizando para mantê-los trabalhando em condições análogas a semiescravidão é o assedio moral.

Os cooperativados são constantemente assediados por diretores de escolas com ameaças do tipo “se vocês se negarem a trabalhar serão demitidos sem direito a receber nenhum centavo”. Os trabalhadores relatam que a superintendente da educação infantil, Fabiana Canavieira, propôs aos cooperativados que assinassem um requerimento abrindo mão das horas e dias trabalhados como se fossem “trabalhadores voluntários”. A assinatura desse documento implicaria na “legalização” do trabalho não remunerado, ou seja, semiescravo.

Não bastando tanto absurdo, a câmara de vereadores de São Luís elegeu o vereador Ricardo Diniz (PHS) para presidir a Comissão de Educação do município de São Luís, mesmo sabendo que esse cidadão é sócio da fraudulenta Multicooper. Isso demonstra a conivência dos vereadores de São Luís com esse crime trabalhista praticado contra mais de mil e quatrocentos trabalhadores. Há graves denúncias de que a “CPI das Terceirizadas” que teria a finalidade de apurar contratos de irregulares com a prefeitura, foi “vendida” para não ser instalada. As irregularidades prefeitura/ terceirizadas teria iniciado no fim da gestão do ex-prefeito Tadeu Palácio.

As manifestações em frente à prefeitura iniciaram porque, enquanto o prefeito Edvaldo Holanda Jr. alegava falta de verbas para regularizar os vencimentos e os direitos trabalhistas dos cooperativados, assinava o vergonhoso acordo que prevê o repasse de dois milhões de reais por mês para o SET (Sindicato dos Empresários de Transporte). Por isso mesmo, a palavra de ordem mais cantada pelos manifestantes é “Edvaldo que papelão/ tem dinheiro pra empresários, mas não tem pra educação! A vereadora Rose Sales (PCdoB), que na gestão castelista fingiu está ao lado cooperativados, tem tentado, em vão, convencer os cooperativados a não realizar manifestação públicas contra a prefeitura. 

Diante de tamanho absurdo, nós, da Setorial de Educação da CSP Conlutas e do DCE-UFMA, ANEL (Assembleia de Estudantes Livres), MML (Movimento Mulheres em Luta), o Movimento Nacional Luta Popular nos juntamos a essa luta e exigimos que o prefeito Edvaldo Holanda Jr. e os vereadores de São Luís regularize imediatamente os direitos trabalhistas desses profissionais da educação, pagando todos os seus vencimentos em atrasos. Também exigimos que o Ministério Público e o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) tomem as providências cabíveis para que os envolvidos no “esquema das terceirizadas” sejam severamente punidos, já que o legislativo e o executivo municipal demonstram não ter interesse e imparcialidade para solucionar o problema.

A CSP CONLUTAS EXIGE DA DIREÇÃO DO SINPROESEMMA A IMEDIATA REALIZAÇÃO DE UMA ASSEMBLEIA GERAL DA CATEGORIA PARA PRESTAR ESCLARECIMENTO SOBRE O NÃO CUMPRIMENTO DO SUPOSTO “ACORDO” FIRMADO COM ROSEANA SARNEY


A direção do SINPROESEMA (PC do B/PT) tem que explicar em assembleia geral da categoria, por que Roseana Sarney não está cumprindo com o “acordo” que foi apresentado a categoria como pretexto para por fim a greve desse ano.
Nós da CSP Conlutas denunciamos esse tipo de manobra em todas as assembleias regionais que nos foi possível participar. Para nós estava claro que o tal “acordo” foi orquestrado por essa Direção quando a mesma percebeu nossa movimentação no sentido de disputar as assembleias regionais para reverter a pauta e fortalecer a greve. 
Seria muita ingenuidade acreditar que um governo como o de Roseana Sarney iria assinar um acordo, mesmo que rebaixado, com a greve findada e a categoria desmobilizada. Na verdade, tudo indica que o “acordo” nunca foi assinado pelo governo ou se foi não é o mesmo que foi apresentado nas assembleias regionais. Tradicionalmente as greves terminam após a assinatura dos acordos e não o inverso. Naquela ocasião escrevemos uma nota com o título “E agora José?”, na qual prevíamos justamente isso.
Nas assembleias regionais, sempre que exigíamos que a direção distribuísse cópias do “acordo” para a categoria, antes que o mesmo fosse votado, as manobras e o autoritarismo falaram mais alto. Agora o governo está impondo o pagamento do reajuste (retroativo a janeiro) em longas parcelas. Já as titulações e gratificações ficaram condicionadas a avaliação de documentos. A SEEDUC informa que de um total de 1538 promoções, menos de 18% estão aptas a serem pagas (apenas 275) e cerca de 540 já foram indeferidas. Em relação às titulações a coisa é mais grave ainda. Das 2.280 somente 149 serão pagas, ou seja, pouco mais de 6% do total.
Diante desta situação vexatória, não basta indignação sem luta. É necessário que os profissionais de todas as regionais do SINPROESEMMA pressionem os seus respectivos núcleos para realização imediata de uma Assembleia Geral no sentido de discutir o assunto garantindo a Oposição o direito a fala.
Não é possível que a direção do SINPROESEMMA faça a categoria engolir mais esse “sapo” em decorrência da irresponsabilidade política de seus membros. Somos milhares e não podemos mais assistir em berço esplendido tanto desmando.
Nós da CSP CONLUTAS EXIGIMOS DA DIREÇÃO DO SINPROESEMMA A IMEDIATA REALIZAÇÃO DE UMA ASSEMBLEIA GERAL DA CATEGORIA!
Em São Luís a CSP CONLUTAS estará realizando uma plenária ampliada no dia 13 de setembro, próxima sexta-feira.

Local: Sede da CSP Conlutas. Endereço: Rua do Alecrim, Palácio dos Esportes, Sala 304, 3º andar.
Horário: 17h
COMPAREÇA!

segunda-feira, 10 de junho de 2013

CSP CONLUTAS: BALANÇO SOBRE A GREVE DOS PROFESSORES DO ESTADO


O PCdoB tinha como meta aprovar o Estatuto do Educador com a cara de um provável governo do seu partido, personificado na figura do ex-juíz Flavio Dino. Um Estatuto com direitos subtraídos para evitar qualquer reprise do que aconteceu em 2007, quando Jackson Lago tentou aprovar a famigerada “lei do cão” e foi fragorosamente derrotado.  Se apoiando nisso, Roseana Sarney (PMDB/ PT), que também sonha em fazer seu sucessor, foi além e aprofundou os ataques contidos na proposta de Estatuto do Educador da direção do SINPROESEMMA. Retirou a redução de jornada de trabalho aos 50 anos de idade e 20 anos de magistério, para professora, e 25 anos, para professor; rejeitou a incorporação dos funcionários de escolas ao Estatuto; rebaixou a correção salarial de 89% da categoria para minguados 4%.  Só para citar um exemplo das perdas provocadas pela aprovação deste estatuto, o professor nível IV, referência 19, mesmo tendo mais de dez anos de magistério, será enquadrado na nova proposta como se estivessem iniciando a carreira, já que não houve a atualização das referências. Desta forma, as perdas salariais com a nova tabela são ainda inestimáveis. A concessão das progressões e promoções de mais de 28 mil professores ficará a mercê de um acordo sem garantia de cumprimento.
A proposta de Estatuto de Roseana Sarney e da direção do SINPROESEMMA levou apenas uma semana para ser aprovada. Após ter sido encaminhada solenemente para a Assembleia Legislativa no dia 03/06/2013, esta se encarregou de desferir o golpe de misericórdia nos direitos da categoria hoje, 10/06/2013. O que não é de se estranhar, pois nesta casa o governo possui a maioria absoluta dos deputados e aqueles ditos de Oposição são cabos-eleitorais de Flávio Dino (PC do B). Se não dá para acreditar na direção do SINPROESEMMA, imagine nessa casa legislativa que é um aparelho político/repressivo dos governos para atacar os trabalhadores? Assim, nós, por princípio, apostamos exclusivamente na força da categoria.

EM QUAL PONTO DEVEM SE APOIAR AS LUTA DOS TRABALHADORES?


 O Estatuto, que supostamente havia sido aprovado em quase todas as assembleias regionais e que motivou a deflagração da greve, no dia 23 de abril, passou a ser questionado nessas mesmas regionais, principalmente após os debates e discussões suscitadas pela CSP-Conlutas nas atividades da greve, em que foram explicitados alguns aspectos do estatuto que representavam a retirada de direitos. Essa nova realidade obrigou a direção do SINPROESEMMA a tirar da cartola um “acordo” como suposta extensão compensatória aos ataques contidos no Estatuto do Educador. Por outro lado, onde a tendência fosse a derrota da proposta acordada entre governo/ direção, a tática seria aterrorizar a categoria para suspender a greve.
Roseana Sarney, por outro lado, autorizou os diretores de escolas a enviarem as faltas dos grevistas. Essa foi uma política preventiva combinada entre SINPROESEMMA/PCdoB e Roseana Sarney/ PMDB/PT, para semana de realização das assembleias regionais ilegais, já que o movimento ganhava outra dinâmica. O maior exemplo disso foi quando o PCdoB resolveu abrir mão das ações tramitadas e julgadas referentes à descompressão da tabela salarial do governo Roseana Sarney de 1998 (PROCESSO 14.440/2000) e contra as perdas resultantes das Medidas Provisórias do governo Zé Reinaldo (PROCESSO 20.700/2004) que somam um total de 400 milhões de reais (item 10 do acordo). Com esse acordo, só quem tem seus honorários garantidos é o advogado do sindicato (item 8 do acordo). Já os professores que desejarem receber suas perdas terão que acionar a justiça individualmente.
Nós da CSP CONLUTAS, mesmo sabendo da ilegalidade das assembleias regionais, resolvemos disputá-las onde fosse possível. Dezenas de professores não pertencentes a nenhum grupo organizado também resolveram disputar suas assembleias, enfrentando a direção do SINPROESEMMA no tête-à-tête. Não havia alternativa! A disputa pela consciência da categoria deveria ocorrer onde a categoria se encontrava, já que os ataques atingiriam igualmente grevistas e não grevistas. Apoiarmos-nos na luta e na capacidade de superação da categoria, mesmo com todas as suas contradições, foi o maior acerto que nossa central teve nessa greve.

A PROPOSTA DE ESTATUTO FOI OU NÃO FOI POLITICAMENTE DERROTADA?


Esse é um bom questionamento. Nós afirmamos que sim. Nas regionais mais numerosas, como a de São Luís, a de Caxias, a de Timon, a de Chapadinha e a de Açailândia, o estatuto foi rejeitado e a greve mantida. Em Imperatriz, Balsas e Zé Doca, o Estatuto foi rejeitado e a greve suspensa. Em algumas outras regionais em que as intervenções dos professores apontavam para rejeição do Estatuto, apenas a suspensão da greve foi votada, a exemplo de Bacabal e Santa Inês. Em Bacabal e Imperatriz diretores do SINPROESEMMA se manifestaram abertamente contrário à aprovação desse Estatuto.
Muitas regionais rejeitaram o Estatuto, mas, contraditoriamente, suspenderam a greve, por que a direção do SINPROESEMMA propagandeava que São Luís, enquanto maior regional, não estava em greve por culpa da Oposição, mesmo sabendo que a CSP CONLUTAS esteve construindo a greve desde o seu início e que muitas escolas de São Luís estavam 100% com suas atividades paralisadas. Apesar disso, pela primeira vez na história do SINPROESEMMA, sobretudo depois da imposição da tática das assembleias regionais, nós disputamos e saímos vitoriosos na maioria da categoria. Das dezenove regionais existentes dez rejeitaram a proposta de Estatuto, passando exigir a sua rediscussão.

Sem essa disputa por dentro da greve a destruição de nossos direitos seria ainda maior. Conseguimos reverter à perda da GAM, garantimos a não obrigatoriedade do cumprimento de 1/3 hora atividade no âmbito da escola. Conseguimos manter a data-base do reajuste da categoria para Janeiro, conforme determina a lei e não para Maio como desejava o PCdoB. Também foi após as nossas denúncias que governo e SINPROESEMMA/PCdoB recolocaram no texto o direito à licença com remuneração integral para formação (especialização, mestrado e doutorado) e não somente para os dirigentes sindicais.

Respeitamos todos aqueles que NÃO aderiram à greve por não acreditar na direção do sindicato, algo razoavelmente justo. Contudo, o quadro acima demonstra claramente que se a oposição de conjunto, e não somente a CSP CONLUTAS, tivesse apostado na força da categoria PARA REVERTER A SITUAÇÃO NA LUTA E NA GREVE certamente teríamos avançado para outro patamar. No que isso pese, conseguimos avançar na articulação com diversas regionais do interior do estado. Acreditamos que estamos no caminho certo da construção de uma alternativa que tenha força real para combater a destruição dos direitos dos trabalhadores e que auxilie a reorganização de nossas lutas. Reforçamos que a luta dos professores do estado do Maranhão não foi derrotada com a aprovação do estatuto, pelo contrário, precisamos acumular força e organização para combater os ataques das direções sindicais traidoras e dos governos opressores.


DIANTE DA SITUAÇÃO CAÓTICA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA NO MARANHÃO, LUTAR PELA VALORIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO É TAREFA FUNDAMENTAL DO PROFESSOR.

Toda mesa de negociação começa e termina com a apresentação da pauta de reivindicação dos trabalhadores e a apresentação da contraproposta dos governos, ambos expondo os números e argumentos políticos que sustentem suas defesas. No processo de negociação com a Prefeitura de São Luís, esta nunca mostrou de maneira consistente, através de números e dados legais, o motivo de não cumprir a determinação da Lei do Piso (11.738/08), que estabelece como diretriz para o reajuste do salário dos professores, o reajuste do valor custo-aluno-ano, o qual, em 2013, é de 20,16%, tendo como data-base, Janeiro de cada ano. Até agora, as propostas do governo colocadas na mesa são fruto do que os gestores municipais imaginam sobre educação, desconsideram a Lei do Piso e mantém a mesma política de Castelo, isto é, de desvalorização dos professores e aprofundamento das mazelas da educação pública municipal.
Por outro lado, a direção do SINDEDUCAÇÃO, não tendo como se sustentar politicamente e de forma honesta junto aos trabalhadores da educação, depois das manobras da última eleição, partiu para a mentira, tentando confundir os (as) professores (as), argumentando que o percentual de 47,95% é impossível de ser atendido e que, se insistirmos, perderemos reivindicações já atendidas, como regularização funcional, progressões, titulações e gratificação por difícil acesso. Ora, esses direitos já são garantidos em lei, o que falta é o prefeito cumprir. Ademais, se a direção do sindicato afirma que o prefeito já se comprometeu em cumprir, o percentual de reajuste não seria um entrave para as negociações, tendo em vista que estamos exigindo um percentual também previsto em lei.
Assim, o que temos presenciado, nas últimas semanas, é um bombardeio de acusações falsas no site do SINDEDUCAÇÃO e no programa semanal do sindicato na rádio Difusora AM, tendo o objetivo de, a todo custo, desmoralizar a direção Unidade para Mudar, eleita democraticamente pelos profissionais da educação do município de São Luís, em setembro de 2012. Das ligações levadas ao ar durante o programa de rádio, duas delas mostram claramente uma ação orquestrada, pois retratam os conteúdos defendidos por essa direção, de que o reajuste aprovado na assembleia geral da categoria é um absurdo e fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, e que o percentual de 16%, proposta da direção, era a mais razoável. Razoável para quem? Certamente não o é para a maioria dos professores e, ao que parece, nem para a prefeitura, que apresentou o percentual rebaixado de 9,5%.
A presidenta Elizabeth afirma ainda que em nenhum momento nós explicamos de onde saiu o reajuste de 47,95%, percentual aprovado na Assembleia Geral de 25/04/2013. Isso sim é um absurdo! Pois, a direção do sindicato, mais que todos, deveria compreender como se elabora a política salarial para nossa categoria. Como não sabem, permanecem defendendo a proposta incorreta de 16%. Nós, da direção eleita Unidade para Mudar, defendemos, pelo menos, a aplicação da Lei do Piso, que neste ano dispõe o reajuste de 20,16%, o restante do percentual, 27,79%, são as perdas remanescentes do governo Castelo, que nunca cumpriu a Lei do Piso. Pelo visto, a direção biônica do SINDEDUCAÇÃO incentiva Edvaldo Holanda Jr. a também não cumprir. É importante destacar a manobra da Prefeitura, que adiou diversas vezes as reuniões com a Comissão de Negociação, visando desmobilizar a categoria e não pagar os direitos dos professores. Da mesma maneira, não vimos, por parte da direção do sindicato, nenhuma pressão para que as negociações tivessem seguimento e o executivo apresentasse sua proposta para que pudéssemos realizar assembleia com a categoria.
Sempre defendemos que a política de fundos (FUNDEB) não resolve o problema educacional no Brasil, pois os recursos são insuficientes para a garantia de uma educação de boa qualidade para a população. Porém, chamamos a atenção para o percentual do recurso desse fundo que o governo municipal vem aplicando no pagamento dos profissionais da educação, esse investimento sofreu uma redução de 90%, em 2009, para 74,41%, em 2012, com possibilidades reais de ficar, em 2013, abaixo de 60%. Segundo a lei, o recurso do FUNDEB deve ser destinado anualmente à remuneração dos profissionais do magistério (mínimo de 60%) e aplicado nas demais ações de manutenção e desenvolvimento da educação básica pública (máximo de 40%). Se não é na remuneração dos professores que está sendo aplicado, nos questionamos para onde estão indo esses recursos, tendo em vista que as escolas municipais, em sua maioria, não apresentam condições mínimas de salubridade e segurança para que se realize algum processo de ensino-aprendizagem. Professores e alunos são expostos a todo o tipo de adversidade, desde a falta de material didático até a ameaça de sua saúde, em salas lotadas e calorentas (especialmente nos famigerados anexos), e de suas vidas, pois as escolas estão a mais de seis meses sem vigilante.
Outra situação em que o prefeito Edvaldo Holanda Jr parece imitar João Castelo é com relação aos funcionários da extinta MULTCOOPER, a maioria foi demitida sem receber nenhum direito, e alguns continuam trabalhando nas escolas sem salários e sem nenhuma garantia. Mas o atual prefeito vai além, temos informação de que está sendo negociado entre sindicato e prefeitura, por fora da comissão de negociação, o aumento da jornada de trabalho dos professores da Educação Infantil e dos primeiros ciclos, de 24 para 30 horas semanais, o que significará uma dupla penalização para esses professores, aumenta a jornada e descumpre a Lei do Piso. Não permitiremos jamais que a direção do sindicato defenda tal ataque.
Exigimos o reajuste de 47,95% porque defendemos uma política salarial que equipare os vencimentos dos profissionais do magistério aos demais trabalhadores com nível superior, pois somos a categoria com os piores salários do país considerando o nível de escolaridade. Portanto, não é um privilégio e sim a correção de uma distorção salarial histórica. A valorização do professor passa pela melhoria das condições de trabalho e pela defesa da carreira. Acreditamos que somente na luta conseguiremos barrar os ataques e defender uma educação pública gratuita e de boa qualidade para os filhos da classe trabalhadora.

domingo, 2 de junho de 2013

João Castelo e Edvaldo Holanda: mais do mesmo em relação aos cooperados da ex-Multicooper


 P/ Micharlany Amaral: professor da rede publica municipal  de São Luís

A situação dos ex-cooperados da MULTCOOPER, cooperativa esta criada no governo de Tadeu Palácio com o objetivo de formar um cadastro de pessoal para contratação de serviços operacionais  por parte da Prefeitura de São Luís (SEMED) é caótica.
Quando João Castelo (PSDB) assumiu a prefeitura em 2009, a MULTCOOPER tinha contrato com a  SEMED  até  julho de 2013. Após o termino do contrato os cooperados continuaram prestando serviço sem nenhuma garantia trabalhista, ficando até três meses com seus salários atrasados. Durante todo o restante do governo de João Castelo, a SEMED nunca falou em recontratar esses funcionários que continuaram prestando serviços de forma ilegal. Com isso uma pergunta nunca calou: qual era forma utilizada pela SEMED e Secretaria da Fazenda para comprovar o pagamento dos ex-cooperados, já que o contrato havia expirado?
Em abril de 2012, o Sr Mariano, então presidente da MULTCOOPER, convocou uma reunião com os cooperados e disse que a cooperativa não existiria mais daquele dia em diante, e que, portanto, não poderia mais intervir junta a SEMED pelos funcionários. Desesperados e sem nenhuma orientação, esses funcionários continuaram trabalhando nas escolas na esperança de serem recontratados de alguma forma. Desse período em diante não foram mais remunerados. O que já era uma péssima situação se tornou insustentável.
No inicio deste ano, os ex-funcionários da MULTCOOPER se reuniram com representantes da SEMED e do Poder Legislativo, entre eles Regina Galeno, então superintendente da Secretaria de Educação e os vereadores Pavão Filho (PDT), Ricardo Diniz (PHS), Chaguinha (PRP) e Estevão Aragão (PPS). Todos se comprometeram em interceder pela regularização dos ex-cooperados, o que até agora não acorreu. Uma empresa, a Classe A, foi criada em caráter emergencial para contratar funcionários operacionais para prestarem serviço a SEMED. Mas até o momento só alguns poucos ex-cooperados foram contratados, a maior parte continua desamparada. E mesmo os que foram contratados não tem nenhuma garantia, já que o contrato é temporário.
Os ex-cooperados já deram entrada com documentação solicitando o recebimento dos meses trabalhados junto a SEMED, mas até agora não obtiveram nenhuma resposta. E somente alguns receberam a indenização trabalhista.
Os funcionários da extinta MULTCOOPER continuam trabalhando nas escolas sem salários e sem nenhuma garantia. Como podemos ver, o que o prefeito Edivaldo Holanda Junior (PTC/PC do B) tem oferecido a esses tão sofridos trabalhadores em relação a João castelo é, simplesmente, o mais do mesmo.