quarta-feira, 20 de julho de 2016

A DIREÇÃO DO SINDEDUCAÇÃO NÃO VAI NOS CALAR!

Desde o início do ano, quando começamos a Campanha Salarial 2016, vimos denunciando a morosidade da direção do Sindeducação em convocar assembleia com a base para encaminhar nossas demandas à prefeitura. Começamos nossa campanha atrasados e a mesa de negociação se arrastou por longos cinco meses. Nesse ínterim, devido às demandas mesmo das lutas, fizemos vários questionamentos à direção do sindicato sobre as Prestações de Contas e outros assuntos.  A transparência na gestão do dinheiro do sindicato é essencial para garantir a democracia sindical e a confiança da base na direção.
De acordo com o estatuto da entidade, no Art.5º:
A Assembleia Geral Ordinária realizar-se-á até 15 de abril para leitura do relatório da Diretoria do exercício anterior, acompanhado do balanço anual com parecer do Conselho Fiscal, discussão dos valores das mensalidades e anuidades do Sindicato, e para apresentação da Proposta Orçamentária e Plano de Ação do exercício seguinte, devidamente aprovados pela Diretoria.
Como podemos observar, a direção desrespeita o estatuto de maneira sistemática. Lembramos que, além de a última prestação de contas apresentada pela atual direção (em abril de 2015) ter sido aprovada com ressalvas, devido à falta de comprovação de cerca de R$ 31 mil reais, há mais de dois anos não sabemos quanto entra e quanto sai das contas da entidade sindical, não sabemos como, quando ou com o que está sendo gasto a contribuição dos(as) associados(as). A situação ficou mais grave quando a direção do sindicato se recusou a apresentar as contas para o Comando de Greve, durante a greve de 2016. Fizemos essa solicitação para podermos analisar que possibilidades financeiras tínhamos para investir nas atividades da greve. Simplesmente a direção do sindicato se recusou e não apresentou nenhuma justificativa.

Outra questão que sempre nos deixou com um pé atrás, foi como se deu a liberação de sala de aula de várias professoras á disposição da direção sindical, sendo duas  professoras da base, duas professoras da direção e duas professoras do Conselho Fiscal. Claro que não somos contra a liberação de membros da direção do sindicato para poder atuar em prol da categoria. Nosso questionamento refere-se ao fato de a liberação dessas duas professoras da base sequer ter sido votada em assembleia, além disso, quais os critérios e justificativas legais para liberar essas professoras? Por que duas pessoas do Conselho fiscal estão liberadas para atuar como direção do sindicato? Vejamos o que diz o estatuto da entidade, no seu artigo 41 sobre a função do Conselho fiscal:
Compete ao Conselho Fiscal:  a)  apreciar e emitir parecer prévio sobre os balanços e balancetes contábeis e financeiros apresentados pela Diretoria e sujeitos a deliberação da Assembleia Geral; b)  aprovar e fiscalizar a execução da proposta orçamentária anual apresentada pela Diretoria;  c)   examinar periodicamente os livros contábeis ou a qualquer momento quando houver denúncias ou indícios de irregularidades na aplicação de recursos financeiros;  d)  elaborar parecer sobre balanço financeiro anual, submetendo a voto em Assembleia Geral convocada  especialmente para este fim, nos termos do Estatuto.  Parágrafo Único:  Os membros suplentes, substituirão os titulares do Conselho Fiscal, na suas faltas e impedimentos legais.
Desse modo, algumas perguntas precisam ser feitas. Foi feito algum acordo para sustentar essas liberações?  Por que o Secretário Municipal de Educação, Moacir Feitosa, de repente ficou tão sensível às demandas do sindicato?

Durante toda Campanha Salarial de 2016, nós da oposição, fomos atacados por membros da direção e seus satélites. Fomos acusados de querer dividir a categoria, quando exigíamos prestação de contas; de irresponsáveis quando defendíamos a necessidade da greve; de que queríamos utilizar as demandas da categoria para fazer campanha para eleições municipais, quando exigíamos que a direção encaminhasse a infraestrutura para as atividades da greve, pois nem ao almoço das professoras que faziam as blitz nas escolas o sindicato queria garantir. Vários panfletos contendo essas calúnias foram distribuídos nas assembleias. Nas plenárias, assembleias e no site do Sindeducação, a direção e a assessoria jurídica ficavam à vontade para nos acusar de que só queríamos confundir os professores, quando tentávamos fazer análises da conjuntura e de como devíamos agir para melhor enfrentar todo o aparato do poder municipal; que queríamos tumultuar quando fazíamos cobranças.


Abaixo a lei da Mordaça no Sindeducação: Viva a liberdade de expressão!

Para nossa surpresa, no ultimo dia 18, tomamos conhecimento de mais um ataque a membros da oposição, dessa vez dirigido diretamente ao professor Antonísio Furtado. Reconhecidamente, o professor Antonísio utiliza suas redes sociais para informar e realizar denúncias de irregularidades na atuação das direções dos sindicatos que representam os professores, em São Luís e no estado. Seu trabalho muito tem ajudado na organização da categoria. Por isso, é muito grave que a direção do Sindeducação esteja utilizando a justiça para tentar calar o professor. A professora Elisabeth Castelo Branco e o professor Benedito Oliveira, presidente e tesoureiro respectivamente, ajuizaram processo alegando que o professor Antonísio os teria ofendido por meio de comentários e textos publicados na internet. E como forma de tentar macular a imagem do referido professor publicaram no site do sindicato uma decisão liminar em que ele configura como réu, por ofensa, e reivindicando ainda a questão da violência de gênero.

Aqui merece uma observação. Sabemos que nossa categoria é composta principalmente por mulheres (cerca de 85%). Sabemos que a sociedade em que vivemos ainda é muito machista, o que, por exemplo, se materializa nos índices de violência contra a mulher, na cultura do estupro, e também no fato de, nós professoras, mulheres e negras, termos que dar conta de dois empregos e mais as tarefas domésticas e o cuidado dos filhos. Perguntamos: quantas atividades essa direção já fez para discutir a questão das demandas específicas das mulheres em nossa categoria? Em quantas atividades do sindicato a direção disponibilizou creche para as mães que têm filhos? A luta pela construção de creches e de escolas da educação infantil não deveria ser prioridade? Por que não temos uma secretaria de mulheres na direção do sindicato? As professoras da educação infantil e das creches são as que mais sofrem com a falta de infraestrutura, sem banheiros, sem água potável, salas quentes, sem material didático, não deveriam ter atenção especial?


Contra quem luta a direção do Sindeducação?

É inadmissível que os diretores Elisabeth Castelo Branco e Benedito Oliveira utilizem toda a estrutura do Sindeducação contra um de seus associados. O mesmo trato, entretanto, não foi dado por exemplo, contra Edvaldo Holanda Jr. e seus secretários, esses sim,  verdadeiros inimigos da educação e dos(as) professores(as). Não podemos aceitar de modo algum esse ataque ao direito de livre expressão do professor Antonísio, nem a qualquer outro(a) companheiro(a) trabalhador(a). Se informar os professores e denunciar a falta de prestação de contas, a falta de democracia sindical, as inúmeras irregularidades cometidas por essa direção é crime, somos réus também.
Queremos aqui manifestar nossa solidariedade irrestrita ao professor Antonísio Furtado, exigimos que a professora Elisabeth e o professor Benedito mirem suas armas nos verdadeiros inimigos da educação, e não naqueles(as) que dedicam parte do seu tempo, da sua vida e do seu dinheiro na construção de um sindicato verdadeiramente democrático e na luta em prol de uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade para os filhos e filhas dos trabalhadores.

Setorial de Educação - CSP-Conlutas Maranhão.