quinta-feira, 3 de outubro de 2013

LUTAR NÃO É CRIME, DEFENDER A EDUCAÇÃO PÚBLICA É UM DIREITO

[1] Ana Paula Martins

Os profissionais da educação do Rio de Janeiro estão demonstrando com bravura e força que somente com mobilização e luta alcançaremos a vitória. Em greve desde 08 de agosto de 2013, os 70 mil trabalhadores que aderiram ao movimento questionam os governos de Sergio Cabral e Eduardo Paes e suas políticas neoliberais e meritocráticas, reivindicando melhores condições de trabalho e salário e exigindo as condições mínimas para que se tenha uma educação pública de qualidade para os filhos e filhas da classe trabalhadora. Essa greve unificada da rede estadual e municipal tem mostrado que com mobilização podemos arrancar uma educação de qualidade, manter e ampliar os direitos e derrotar as políticas dos governos. A força com que os companheiros estão resistindo na construção da greve desmascara os governos estadual e municipal que tinham como mote de suas campanhas eleitorais dar prioridade à educação; desmascara também o papel da imprensa que, ao invés de denunciar a calamidade em que se encontra a educação pública, ataca os profissionais em greve, mostrando que sempre está a serviço dos poderosos.
É bom destacar que a política para educação do governo Cabral (PMDB) e de Eduardo Paes (PMDB/PT) é a mesma de Dilma (PT/PMDB) e de Roseana (PMDB/PT) que gastam milhões com as obras da Copa e das Olimpíadas e utilizam recursos públicos para financiar os tubarões da educação privada. Como nós maranhenses sabemos bem, a principal característica da política educacional desses governos é o ataque aos nossos direitos, arrochando salários, não pagando progressões, impondo política de bonificação e gratificação que divide a categoria e responsabilizando-nos pelo fracasso escolar.
Se negando a atender as mínimas reivindicações, o prefeito Eduardo Paes enviou para a Câmara dos vereadores do Rio um Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, elaborado pelo seu governo sem a menor discussão com a categoria e cujo conteúdo é um profundo ataque à escola pública e às trabalhadoras e trabalhadores que nela trabalham. Esse plano seria votado no dia 26 de setembro, para evitar sua aprovação os professores municipais ocuparam a câmara e permaneceram lá até a noite do último sábado, 28/09, dia em que a polícia militar os expulsou com bombas, choques elétricos e armas químicas. A violência usada contra os professores para desocupar a câmara deixa claro o desrespeito e o descaso com que os governos tratam os professores e a educação pública.




Educação em Luto

Na tarde da terça feira 1º de outubro o Legislativo municipal demonstrou para os trabalhadores em educação de que lado está e quais interesses defendem. Os educadores do Rio, que há mais de 50 dias vem demonstrando para todo o pais o  exemplo de bravura e resistência na defesa incondicional da escola pública gratuita e de qualidade social, sofreram um duríssimo golpe com a aprovação do projeto do Plano de Cargos, Careira e Remuneração (PCCR) do prefeito Eduardo Paes na Câmara de vereadores. Projeto esse altamente danoso à carreira e que retira direitos da categoria.
Devido os protestos contrários à aprovação do PCCR, a policia militar a mando do governador Sergio Cabral (PMDB) e do Prefeito Eduardo Paes (PMDB/PT), reprimiu duramente professoras e professores que estavam exercendo o legítimo direito de manifestarem-se contra a aprovação do PCCR.  
Nesse sentido, nós da Setorial de Educação da CSP-Conlutas Maranhão, repudiamos veementemente a violência usada contra os trabalhadores e trabalhadoras do Rio de Janeiro, manifestamos nosso apoio e propomos aos professores maranhenses a realização de um grande ato em solidariedade aos companheiros do Rio e para denunciar as políticas de desmonte e sucateamento da educação pública dos governos federal, estadual e municipal.

TODO APOIO A LUTA DAS(OS) EDUCADORAS(ES)-RJ!
Abaixo a repressão!
Pela desmilitarização da Polícia Militar – Fim da PM!
Fora Cabral, vá com Paes.

[1] Ana Paula Martins é professora da rede municipal de São Luis, Mestranda do Curso de Pós-Graduação em Educação da UFMA e Militante do Movimento Mulheres em Luta-MML / CSP-Conlutas MA.

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