Em nenhum momento de seus governos, Roseana Sarney
cumpriu qualquer acordo com os educadores do nosso estado. Isso é histórico.
Portanto, não é surpresa nenhuma o não cumprimento de mais um. As questões que
ficam com relação a atuação da atual diretoria do SINPROESEMMA são: o que
justifica ter feito um acordo rebaixado que autoriza a governadora a não
cumprir a Lei do Piso? Mais ainda, ter "esquecido" de colocar no
acordo o retroativo referente ao reajuste que deveria ter sido pago em janeiro
desse ano? Ter renunciado à execução da ação coletiva que condenou o governo do
estado a pagar a todos os professores as perdas salariais decorrentes das
medidas provisórias do ex-governador Reinaldo Tavares? A resposta a essas
perguntas denuncia interesses politiqueiros escusos dos que consideram a
educação como uma das peças-chave no jogo dissimulado do poder.
Poderíamos ter oportunizado, durante a greve em
maio/2013, aos educadores, um debate amplo acerca da verdadeira realidade da
educação do nosso estado e, das reformas terríveis que o governo Dilma pretende
implementar e, assim, termos avançado na construção de direitos ainda não
conquistados pela nossa categoria. Ao invés disso, a direção do SINPROESEMMA
usou uma metodologia que aniquilou o debate e fez vitoriosa uma proposta
rebaixada e, nem assim, o governo vai cumprir.
Não bastasse isso, a governadora faz cinicamente a
propaganda de que os professores maranhenses têm o segundo melhor salário do
Brasil. Um engodo! Para aplicar-se a Lei do Piso deve-se considerar somente o
vencimento básico, logo a GAM não deveria entrar na conta, isto é, se o piso
legal é de R$1567,00, a GAM de 104%, deveria ser calculada sobre esse valor.
Além disso, piso é o vencimento do início da carreira, professores com 10, 20
anos de trabalho não deveriam estar recebendo o piso. É importante dizer também
que, na verdade, no Maranhão, os professores perderam menos em relação aos
outros estados, porque conseguiram resistir por mais tempo aos ataques vindos
dos govern corroborados pela direção do sindicato, pois reformas parecidas com
este estatuto já foram aprovadas em outros estados, que são resultado da
política de precarização e privatização da educação nos governos do PT, Dilma e
Lula.
A CSP-Conlutas defende um processo de luta acirrada nos âmbitos
local e nacional de forma que se possa pôr em xeque a estrutura geral da
educação pública brasileira e o processo de privatização que vem criando um
verdadeiro apartheid entre os trabalhadores da educação.
Construímos a paralisação do dia 16/09 porque acreditamos que é na luta
concreta, na disputa da consciência da base que poderemos, não só expurgarmos
as direções burocratizadas dos nossos sindicatos, mas, sobretudo, construir um
amplo processo de mobilização da categoria para as lutas necessárias em defesa
da educação pública, gratuita e de qualidade.