sábado, 6 de abril de 2013

POSIÇÃO DA CSP CONLUTAS DO MARANHÃO SOBRE A GREVE DO SINPROESEMMA


Há muita confusão pairando sobre a consciência dos trabalhadores em educação sobre a possibilidade de construção ou não de uma greve do setor contra Roseana Sarney em defesa dos direitos da categoria. Primeiro é necessário dizer que desde que reassumiu o governo, via golpe, Roseana Sarney (PMB/PT) tem aprofundado o caos da educação pública do Maranhão. A tão alardeada proliferação de cursos de qualificação profissional não passou de retórica, assim como a promessa eleitoreira da instalação da Refinaria Premium I da Petrobras no município de Bacabeira e geração de 245 mil empregos em quatro anos. Passados dois anos o Maranhão perdeu 132 mil empregos e nada de Refinaria.
O resultado de tanta mentira é que o Maranhão possui o penúltimo IDH do Brasil, renda domiciliar per capita de apenas R$ de 319,00 e índices de analfabetismo estarrecedores. Somente 35% dos nossos jovens com 19 anos concluem o Ensino Médio. Por isso mesmo, os casos de homicídios entre negros na faixa etária de 12 a 21 anos cresceu quase 200%, segundo dados do Mapa da Violência Por Cor de 2010. Tudo isso tem relação direta com os ataques de Roseana Sarney aos serviços públicos e a educação em particular. Dados do IBGE apontam que o Maranhão é campeão em mortes maternas e vice em mortalidade infantil (29,1 óbitos para cada 1000 nascidos). O IBGE considera que tanto a mortandade materna como a mortalidade infantil tem haver também com o nível de escolaridade das mães.
Assaltos e até assassinatos ocorridos nas mediações ou no interior das escolas, assim com saques, têm aterrorizado professores, alunos e funcionários de escolas. Enquanto atrasava os salários dos vigilantes das escolas em três meses, Roseana Sarney pagava cachês milionários para artistas como Roberto Carlos, Ivete Sangalo e Monobloco.
Valorização dos profissionais do magistério neste governo é piada. Na SEEDUC existem cerca 25 mil progressões emperradas e milhares professores concursados a espera da efetivação. Todo esse caos público ocorre no momento em que o PIB do Maranhão cresce em torno de 8%, muito acima da média nacional, o que indica que os saques aos cofres públicos no Maranhão prossegue na mesma velocidade de antes.
Mas, não nos espantamos. Toda política educacional que Roseana Sarney tem aplicada no Maranhão segue a risca a política educacional contida no PNE (Plano Nacional de Educação) da presidenta Dilma (PT/PMDB) que intensifica o processo de mercantilização e terceirização da educação pública, como previsto nas PPP’s (Parceria Público Privado). Metade dos professores da educação básica do Brasil é contratada. No Maranhão quase todos os funcionários de escolas são terceirizados e com baixíssimas remunerações.
Insistimos: o ataque à educação pública é igualmente um ataque às mulheres.  Segundo o MEC/2010 as mulheres perfazem 85% dos profissionais da Educação Básica. Na educação infantil representam 97% da categoria, recebem os piores salários mesmo com jornada de trabalho superior.  
Não bastando tudo isso, Dilma baixou uma portaria nº 1.495 no dia 31 de dezembro (sic) que ataca a Lei do Piso e rebaixa o índice de reajuste dos nossos salários que seria de 20, 16% para 7,97%. Infelizmente a direção da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) está corroborando com essa redução de salários. Atualmente o Piso Nacional da Educação equivale ao salário de um trabalhador que possui em média sete anos de escolaridade. Em outras palavras, a categoria que mais estuda nesse país convive com salários equivalente a de um profissional com nível fundamental. Nossa defasagem salarial em relação a outros profissionais com o mesmo nível de escolaridade é de 60%. Lula e Dilma simplesmente deram continuidade a política de desmonte dos serviços públicos e criminalização dos docentes do famigerado PSDB de FHC.
 Para completar, Roseana Sarney acaba de enviar para a assembleia legislativa uma versão piorada do Estatuto do Educador que destrói direito históricos da categoria. Todos esses ataques em nível nacional, estadual e municipal têm feito dos educadores a categoria mais adoecida do Brasil.

UM PASSO ATRÁS EM RELAÇÃO AO ESTATUTO PARA DÁ UM PASSO A FRENTE NA CONTRUÇÃO DA GREVE

Diante deste caos a greve passa a ser uma necessidade urgente. Uma greve que combine a luta contra os ataques do governo Roseana Sarney – com seu Estatuto Contra o Educador – e enfrente o governo Dilma - com seu PNE privatista. No entanto, essa combinação de lutas passa por uma pergunta fundamental: que Estatuto do Educador nós queremos que seja a provado?
Está claro que não é o Estatuto que Roseana Sarney enviou para Assembleia Legislativa, mas, também, não pode ser o Estatuto que a direção do SINPROESEMMA (PC do B) está defendendo que, aliás, difere muito pouco do de Roseana.
Queremos sim um Estatuto que abrigue todos os trabalhadores da educação, incluindo os funcionários de escolas, os contratados e tercerizados, mas não podemos botar o pescoço da categoria na guilhotina da oligarquia. Avaliação de desempenho meritocrática é um crime. Da mesma forma, que não podemos abrir mão do reajuste com base no crescimento custo aluno ano (20,2%). É igualmente um crime retirar do Estatuto do Educador a redução de jornada de trabalho por tempo serviço entre tantos outros pontos que prejudicam a categoria.
A direção do SINPROESEMMA não pode defender uma política educacional criminosa para a categoria. O fato do PC do B ser base do governo Dilma não os autoriza a fazer isso. Ou ainda, defender um Estatuto desfigurado para que Flavio Dino (PC do B), caso seja eleito governador, não tenha que se desgastar com a categoria é também um grave erro.
 O Estatuto do Educador tem que ser construído visando melhorias para os trabalhadores da educação e não como apêndice político do PNE privatista de Dilma ou para reduzir gastos com a pasta de Educação para qualquer que seja o futuro governador do Estado. Neste sentido, chamamos o PC do B a dá um passo atrás no encaminhamento deste Estatuto para que possamos rediscuti-lo e ajustá-lo de acordo com os interesses gerais da categoria. Esse é o principal de equilíbrio para garantir a Unidade da categoria rumo à construção de uma greve de peso contra Roseana Sarney e em defesa de uma educação pública e de qualidade social.      

Por Hertz Dias

Nenhum comentário:

Postar um comentário