quinta-feira, 19 de junho de 2014

Assembleia do SINDEDUCAÇÃO reafirma greve, emociona os professores e coloca o PC do B e o PTC contra a parede

“Limpe as calhas enquanto o tempo está firme.”

(provérbio chinês)
 A tática adotada pelo prefeito Edvaldo Holanda Jr (PTC) e do secretário de Educação Geraldo Castro (PCdoB)- esperar o início das férias para enfraquecer a greve- foi duramente golpeada na manhã de ontem com a realização de uma assembléia com cerca de mil professores na Praça Nauro Machado, Praia Grande. A greve dos trabalhadores da educação do município de São Luís foi mantida por unanimidade.  
 Logo em seguida a multidão cercou a câmara de vereadores onde ficou por cerca de 20 minutos entoando palavras de ordem como “Holandinha que papelão/ aumenta a passagem e detona a educação”. Na sequência os mesmos seguiram em caminhada até a prefeitura de São Luís onde encerram o belíssimo ato.
Os professores estavam emocionados com o resultado da assembléia e muito indignados com a posição do prefeito, do secretário de educação e dos vereadores que querem aprovar o vergonhoso reajuste de 3%.  Para isso apostavam no esvaziamento da assembléia, mas deram com os burros n’águas.
Chega de hipocrisia! Se o PCdoB desejar, a greve pode terminar com a pauta da categoria atendidas.

A CSP Conlutas atribui completa responsabilidade pela greve do SINDEDUCAÇÃO ao PCdoB.  Para nós é no mínimo hipocrisia escutar seus vereadores (Professor Lisboa e Rose Sales) e militantes “vomitando” solidariedade á categoria, quando todos nós sabemos que o PC do B co-dirige a prefeitura de São Luís e tem a pasta da Secretaria de Educação em suas mãos. O orçamento previsto para 2014 é de aproximadamente 600 milhões de reais, somando os recursos do FUNDEB e o mínimo dos 25% dos impostos que o município deve vincular as ações do MDE (Manutenção e Desenvolvimento da Educação), isso sem contabilizarmos outros variados programas que cobrem a maioria das demandas estruturais das escolas. O reajuste de 20% exigido pela categoria consome pouco mais de 80% dos recursos do FUNDEB, sem contar os mais de 290 milhões do MDE.
A decisão de atender a pauta de reivindicação da categoria ou simplesmente de atacar a educação pública do município de São Luís (aprofundar o sucateamento das escolas, desrespeitar a Lei do Piso, atropelar o FUNDEB e o Plano de cargos e salários da categoria) caberá exclusivamente ao PC do B. É uma decisão que virá do interior desse partido e não da vontade individual de seu secretário. 
Por isso mesmo, não dá mais para permitir que a secretaria de comunicação do SINDEDUCAÇÃO continue nas mãos de militantes do PCdoB, a exemplo do jornalista Marden Ramalho que transformou o site e o programa de rádio do sindicato num apêndice político dos parlamentares desse partido. As contribuições que os professores da CSP Conlutas, do MOPE e do MRP tem dado ao movimento são sempre omitidas.  Até o momento não há nem uma nota no site do sindicato sobre vitoriosa assembléia de ontem. 

A greve entrou num momento decisivo e está mais forte do que nunca, cabendo a direção do sindicato e ao comando de greve limpar suas calhas enquanto o tempo está a favor da categoria.

*vídeo postado pelo prof. Sidney Nogueira

domingo, 8 de junho de 2014

DEBATE SOBRE AS CONDIÇÕES DE TRABALHO MARCA A SEGUNDA SEMANA DE GREVE DOS PROFESSORES MUNICIPAIS

Na última sexta-feira (06), a greve dos professores do município deu mais um passo na organização da categoria para o fortalecimento da luta em defesa da escola pública, com a realização de um debate sobre o desmonte da educação pública e a precarização do trabalho docente.  O debate faz parte de  um conjunto de atividades de formação proposto pela setorial de educação da CSP-Conlutas Maranhão e incorporado ao calendário da greve. Temas como as políticas educacionais implementas pelos governos, a Lei do Piso, o atual Plano Nacional de Educação, que espera a sanção da presidente Dilma, a situação da mulher na educação, ainda serão abordados, visando a estabelecer com os professores e professoras uma discussão mais aprofundada sobre características e causas da destruição da escola pública.
Participaram da mesa de debate as professoras Ana Paula Martins e Elisabeth Castelo Branco e o professor Leonel Torres. As falas giraram em torno do financiamento da educação, a situação concreta de abandono em que se encontram as escolas e a necessidade de fortalecer a organização dos professores na greve e depois dela para mudar essa situação.
A professora Ana Paula alertou para a ineficiência da política de fundos (FUNDEB) para custear a educação, tendo em vista que ela não garante a alocação dos recursos necessários para garantir minimamente o funcionamento das escolas e o trabalho dos professores, bem como desresponsabiliza o governo federal de investir mais na educação pública, uma vez que quem mais contribui para o fundo são os estado e municípios. Por isso a professora destacou a importância de se defender 10% do PIB para educação pública já e denunciou que o PNE atual não garante essa bandeira e ainda permite que empresas privadas na área da educação possam receber financiamento público, escasseando ainda mais o dinheiro para melhorar as escolas e aumentar os salários dos professores. Em resumo, a professora defendeu que a situação agonizante em que se encontra a educação pública brasileira é fruto de uma política de destruição sistemática dos serviços públicos implementadas pelos sucessivos governos neoliberais, especialmente, FHC (PSDB), Lula e Dilma (PT), que retira investimento público e favorece a privatização. Dessa maneira, escolas insalubres, sem equipamentos pedagógicos, professores com salários rebaixados e sem motivação para o trabalho, alunos que nunca terão a possibilidade real de ter uma educação de qualidade é o resultado mais perverso dessa política.
A professora Elisabeth falou sobre as condições das escolas  e destacou a necessidade de os professores assinarem um documento dirigido à população e ao governo municipal em que explicitem o caos nas escolas e em que se comprometam a não mais dispor dos seus baixos salários para compra de material pedagógico que permita a realização de seu trabalho, especialmente na educação infantil, em que as professoras tem que comprar desde a folha de papel sulfite até o papel higiênico. É inadmissível que o município continue a não garantir as condições mínimas para o funcionamento das escolas.
O professor Leonel Torres destacou a manobra do governo municipal para tentar enfraquecer a greve, solicitando à justiça a sua ilegalidade, mostrando que Edvaldo Holanda (PTC) e Geraldo Castro (PCdoB) não têm nenhum respeito pela categoria e interesse de melhorar a educação da cidade. 
A greve continua e cada vez mais precisamos nos informar e qualificar  nossa intervenção para que façamos análises corretas da realidade e de quem verdadeiramente são os inimigos dos trabalhadores, bem como acertar nas táticas em defesa da educação pública e da carreira docente. 

domingo, 1 de junho de 2014

GREVE DOS PROFESSORES MUNICIPAIS CRESCE E O PREFEITO DESAPARECE


Seguindo a tendência nacional de greves e mobilizações São Luis, mesmo não fazendo parte do roteiro oficial dos jogos da Copa Mundial, se notabiliza pelo número crescente de mobilizações populares e greves de várias categorias, como comerciários, guardas municipais, policiais militares, garis, rodoviários e professores.

Neste momento, os rodoviários da capital maranhense se enfrentam com o sindicato dos empresários (SET), que alegam não poder atender as reivindicações da categoria, com o judiciário, que já multou o Sindicato em mais de cem mil reais, além da mídia de massa que de maneira cínica tentam colocar sobre os ombros dos rodoviários a responsabilidade pelo caos em que se encontra o sistema de transporte coletivo da cidade, numa tentativa rasteira de jogar a opinião pública contra os trabalhadores e isentar os verdadeiros culpados pelos transtornos que a população ludovicense enfrenta que são: os empresários e o prefeito Holanda Jr (PTC/PCdoB).
Todo apoio a luta dos trabalhadores do transporte coletivo municipal!

Outra greve que merece destaque é a dos (as) professores (as) municipais, que completa duas semanas na próxima segunda feira (2). Os educadores decidiram paralisar suas atividades por tempo indeterminado depois de terem esgotados todos os canais de negociação com o ente público. Segundo a categoria as escolas municipais não oferecem nenhuma condição de funcionamento acarretando prejuízos aos alunos e professores que têm adoecido constantemente, fato esse que tem se agravado com as fortes chuvas, pois a prefeitura não fez os devidos reparos antes do inicio do período letivo.
Além, das condições de trabalho e das reformas imediatas de todas as escolas, os educadores exigem reajuste de 20%, a garantia de 1/3 de hora atividade como preconiza a Lei Nacional do Piso e ainda eleição direta para diretor de escola, pagamento das progressões horizontais e verticais, assim como a implantação de direitos estatutários, já anteriormente negociados com a Prefeitura/SEMED, e que até o presente momento não foram cumprido.
Segundo o Comando de Greve, a paralisação continua e tem se fortalecido a cada dia com a adesão cada vez maior da categoria, que segue com o apoio irrestrito de todo a sociedade que mesmo com todos os “transtornos” causados pelas passeatas, segue apoiando as atividades com buzinaços e se mantido bastante solidária às manifestações dos docentes.

Mesmo com a greve dos rodoviários, o que a priori inviabilizaria a participação dos docentes nos atos, pois a maioria depende do transporte publico para se locomover, a realidade tem mostrado o contrario, a categoria tem lotado as praça e avenidas da capital nos diversos atos realizados. Para superar a falta de transporte, os professores tem adotado a estratégia da carona solidaria, que além de contribuir com grande número de presentes nos atos, tem fortalecido a união da categoria e a relação de solidariedade entre os trabalhadores, mostrando de forma inequívoca a todos (as) que a única forma de derrotar a política de desmonte dos serviços públicos essenciais é com a mobilização permanente da classe trabalhadora e com o enfrentamento com os governos e patrões.