No último 31 de agosto, a direção do Sindeducação iria realizar uma assembleia de
prestação de contas, uma demanda exigida por toda categoria há muito tempo,
tendo em vista que acontece com três anos de atraso. Mas, para surpresa de
alguns, não havia nenhuma convocatória no
site, nenhum aviso afixado no mural da entidade, nenhuma mensagem de SMS para
os professores da categoria convocando para a assembleia. Nós da oposição
organizada só tivemos a informação na tarde do dia 30 de agosto, a grande
maioria da categoria sequer ficou sabendo dessa assembleia. Fica a questão: por
que a diretoria, que sempre faz questão de anunciar que tem responsabilidade e
compromisso com a base, “escondeu” da
mesma que iria realizar a tão esperada prestação de contas? E mais, não
foram publicados no site da entidade, nem apresentados na assembleia de 31 de
agosto balancetes e notas dos gastos feitos ao longo dos quase quatro anos de
mandato. Não sabemos quanto entra e quanto sai das contas do Sindeducação. Temos
apenas a estimativa de que a arrecadação
mensal do sindicato gira em torno de 100 mil reais e que o Imposto Sindical
seria de mais de 300 mil reais.
Ora,
qualquer pessoa sabe que para garantir a confiança da base sindical é necessário
transparência e diálogo. O que
definitivamente não ocorre no Sindeducação, na gestão da presidente Elisabeth
Castelo Branco. Basta dizer que a direção
se recusou, durante a greve de 2016, a abrir o acesso às contas do sindicato
para o Comando de Greve. O comando de greve solicitou saber quanto estava
disponível para gastar com as atividades da greve e a diretoria simplesmente negou
a solicitação. Para demonstrar de maneira cabal que essa direção não tem responsabilidade
e compromisso com a categoria, a assembleia de prestação de contas de 31 de
agosto, que, além de não estar sendo presidida pelo Conselho Fiscal, não disponibilizou os balancetes e notas fiscais para
análise dos associados.
O
advogado do Sindedução que, na maioria das vezes, ultrapassa os limites da
instrução jurídica e toma a frente das decisões políticas da entidade, e a atual
presidente conduziram a assembleia de
forma burocrática e autoritária, inclusive impedindo a entrada de um advogado
que veio acompanhar a assembleia a convite da oposição organizada. Diante
dos questionamentos dos professores presentes, tendo em vista as inúmeras irregularidades da prestação de
contas e percebendo que a maioria da base ali presente não concordava com a
aprovação da mesma, o advogado e a
presidente decidiram suspender a assembleia, alegando tumulto.
Há muito
tempo a presidente, Elisabeth Castelo
Branco, tem utilizado o aparato sindical de forma indiscriminada para perseguir
e intimidar professores da oposição organizada. Em toda atividade da
entidade, principalmente assembleias, seguranças
e profissionais da filmagem agem com grosseria e intimidação com os
professores. Muitas vezes, a presidente utiliza as filmagens para tentar
processar os professores e professoras, numa clara tentativa de calar a voz
daqueles que questionam suas atitudes autoritárias e a falta de transparência
de sua gestão. É ainda mais curioso o fato, por exemplo, de essa direção não fazer
o mesmo esforço diante do executivo municipal, nenhuma crítica, nem no site,
nem nota na televisão para revelar a farsa da campanha eleitoral de Edvaldo
Holanda Jr no que diz respeito à educação municipal.
Depois
da última assembleia, o que aconteceu foi mais lamentável ainda, a direção
cedeu aos blogs de jornalistas de competência profissional questionável imagens
e fotos da ocasião, tentando fazer com que os professores fossem
responsabilizados pela não prestação de contas, inclusive os denominando de
golpistas. Ora, quem são os interessados
em manter a prestação de contas longe dos olhos e ouvidos da categoria? Por que
se levaram três anos para prestar conta, inclusive desrespeitando o artigo 5º do Estatuto da entidade? Por que a assembleia foi suspensa? Por que a direção não disponibiliza
todas as informações necessárias para que a base saiba e compreenda com é gasto
a sua contribuição sindical?
Como
se não bastasse, alguns professores que estavam presentes naquela fatídica
assembleia, nominadamente o professor Leonel Torres, receberam notificação de
advertência por tumulto deliberado em assembleia, assinada pela presidente, no
auge de sua arrogância que agora assume força de lei. Será que a presidente pretende expulsar todos os professores e
professoras que não concordam com ela? Qual o papel de uma direção
sindical? Garantir os direitos dos trabalhadores? Lutar contra os ataques dos
governos e patrões ou perseguir professores?
Por
tudo isso, pedimos o apoio e conclamamos todos os professores e professoras a
prestar solidariedade aos professores perseguidos por essa direção e a estarem
presentes na nova Assembleia de
prestação de contas, que será realizada dia 14/09, às 15:30 horas, na casa de
Eventos Real Produções, no Turu. Professor, é muito importante a sua
participação, venha exigir transparência e respeito aos seus direitos. Junte-se
a nós nessa luta!