"O proletariado tem como única arma, na sua luta pelo
poder, a organização." (V. I. Lênin)
Vivemos uma conjuntura que se
expressa por uma grave situação de crise política e econômica no país, situação
esta na qual os governos e os patrões se esforçam em jogar as consequências da
crise econômica nas costas dos trabalhadores através de demissões, cortes de
salário e redução de direitos. Os ataques sobre o funcionalismo público têm
sido uma ação da União, de todos os estados e da maioria esmagadora dos
municípios brasileiros. Em vários estados do país como Rio de Janeiro e Rio
Grade do Sul já ocorrem atrasos ou parcelamento de salários dos trabalhadores
da Educação Básica. Aqui no Maranhão tanto o Governo Flavio Dino (PCdoB) como
sua principal cria, o prefeito da capital Edvaldo Holanda Jr.(PDT) teimam em
ignorara Lei 11.738/08 e os estatuto das categorias segundo os quais os
proventos dos educadores deveriam ser reajustados ainda no mês de janeiro. Essa
é uma situação generalizada no país, ou não tem reajuste ou ocorre o
parcelamento de salários.
Nessas lutas todos nós sabemos
o papel nefasto cumprido pelas centrais governista CUT e CTB, por seus
sindicatos pelegos, a exemplo do Sinproesemma (CTB/PCdoB), e do histórico de
traição de sua confederação igualmente pelega, a CNTE, que vêm atuando como
verdadeiros obstáculos para a luta e organização dos trabalhadores em
educação. Está marcada para a próxima semana nos dias 14, 15 e 16 a Paralisação
Nacional convocada pela CNTE e tudo indica, pelo papel que essa Confederação
tem cumprido, que sua direção tentará transformar a paralisação em um ato de
defesa do governo Dilma, de Lula e do PT, movidos pelos últimos acontecimentos
que se expressam pela possibilidade de Lula virar réu na Lava Jato, pela
ofensiva da oposição de direita que realizará um ato pró impeachment no
próximo domingo (13) e ao fato do novo depoimento de Lula marcado para o dia 14
ou da ocasião de sua prisão pedida pelo MP paulista. De nossa parte, orientamos
os trabalhadores a não se somarem nem ao ato do dia 13 capitaneado pela
oposição de direita do PSDB, nem tampouco encampar lutas em defesa do governo
Dilma (PT) ou de Lula, pois nenhum deles representa as demandas dos
trabalhadores. Brigam entre si para ver quem vai comandar o país, mas estão
unidos para aplicar o ajuste fiscal na costa dos trabalhadores. Nesse sentido é
preciso que os trabalhadores rechacem essa falsa polarização PSDB X PT, se
organizem num terceiro campo independente dos patrões e dos governos e exijam
que a CNTE a CUT e seus sindicatos cumpra seus papeis, que é o de lutar pelos
nossos direitos.
Vamos para as ruas nos dias
15, 16 e 17 para lutar contra todos eles e pela garantia dos nossos direitos,
mas não para apoiar nem a oposição de direita (PSDB) muito menos o governo
Dilma (PT), pois ambos estão unidos na aplicação do ajuste fiscal na classe
trabalhadora.
A
AGENDA DE MOBILIZAÇÃO CONSTRUÍDA PELO MRP: MAIS UM ERRO TÁTICO.
No último dia 03, os professores
de São Luis, a exemplo do que aconteceu no interior do Estado, deram uma bela
demonstração de sua disposição em lutar por seus direitos e realizaram o
importante Ato em Defesa da Educação e dos Direitos dos Educadores que contou
com a presença de centenas de educadores da capital maranhense. Em nossa
avaliação foi um ato muito vitorioso tanto do aspecto qualitativo com um
aumento de mais de 100% em relação ao primeiro ato convocado pelo MRP, quanto
do ponto qualitativo pela representatividade, organização e pelas inúmeras e
qualificadas intervenções dos professores durante todo o percurso do ato.
Atribuímos todo esse sucesso a dois fatos que para nós foi determinante:
Primeiro que a política de unidade das oposições foi um grande acerto que se traduziu
não só no aumento do número de professores presentes neste ato em específico,
mas também no aspecto da qualidade da organização. O segundo e o mais
importante, foi a plenária que realizamos na quadra do Cegel no dia 26/02 e da qual tiramos
políticas coletivas de construção do ato.
Durante o ato os oradores
fizeram várias propostas de ações futuras como, a título de exemplo, a
unificação das lutas entre os professores municipais e estaduais, a mobilização
da categoria para empurrar as burocracias do Sinproesemma e Sindeducação a
construírem a paralisação e parar não só nos 3 dias protocolar da CNTE, mas
transformar toda a semana em uma semana de lutas por direitos e condições de
trabalho. O que nos saltam os olhos é que o MRP divulgou uma agenda sem tampouco
conversar com os professores. Seria importante perguntar se conjunto da
categoria tem acordo com essa pauta? A caminhada, esse é o melhor percurso?
Como dialogamos com a sociedade maranhense da qual precisamos de total apoio? A
estrutura e a organização quem vai garantir? Contra quem lutamos, qual é a
correlação de forças? São algumas perguntas que devem ser respondidas,
preferencialmente em uma plenária, quando nos propomos a realizar atividades
dessa envergadura e que temos do outro lado, inimigos muito fortes como o
Governo do Estado, a Prefeitura e a pelegada dos sindicatos.
A unidade entre os grupos de
oposição é deveras importante, queremos mantê-la, inclusive faz-se necessário
ampliá-la a outros coletivos que estão lutando isoladamente no continente. É importante
entender que no mundo da política e das lutas contra os governos e os patrões
temos que tirar táticas acertadas discutidas pelo conjunto dos trabalhadores e
não da cabeça de alguns “iluminados”. O MRP se equivoca novamente como
aconteceu na greve de 2013, tirando suas políticas apartado da categoria e não
a partir dela. Um primeiro passo seria chamar uma plenária para ouvir os
principais protagonistas dessa luta: os educadores. Não estamos aqui dizendo
que a pauta dos companheiros é ruim, mas sim que é preciso ouvir os professores
e os demais grupos de oposição que se propuseram a construir a unidade, e daí
saíssemos com uma agenda conjunta construída coletivamente.
Nós, da CSP Conlutas,
esperamos que os companheiros façam a devida autocritica e revejam sua posição.
A prática de tomar decisões sem consultar a categoria é o modus operandi
das direções pelegas que se locupletam há décadas em nossos sindicatos e não o
de quem se propõe a ser uma alternativa a tudo isso que aí está.
Retomamos a
frase de Lênin que abre esse texto, “O proletariado tem como única arma, na sua luta pelo
poder, a organização” e assim, nos
dispomos à construção da unidade pela base para a organização de uma grande
semana de mobilização e luta por nossos direitos. Desse modo, propomos que a reunião do dia 14/03 seja
transformada em plenária, num horário que permita a maior participação, em que
possam ser discutidas as atividades e as estratégias de mobilização para a
semana.
- Abaixo o ajuste e a lei
de responsabilidade fiscal – Por um plano dos trabalhadores. Que os ricos
paguem pela crise!
- Cumprimento da Lei do
Piso pelos estados e municípios: Reajuste e Progressões já!